Recebi este texto por e-mail. Foi publicado no site “Carta Maior” – WWW.cartamaior.com.br - 2009. É grande, mas bem interessante parar pra pensar.
De Ladislau Dowbor.
“Crescer por crescer, é a filosofia da célula cancerosa" - Banner colocado por estudantes, na entrada de uma conferência sobre economia.
PIB, como todos devem saber, é o produto interno bruto. Para o comum dos mortais que não fazem contas macroeconômicas, trata-se da diferença entre aparecerem novas oportunidades de emprego (PIB em alta) ou ameaças de desemprego (PIB em baixa). Para o governo, é a diferença entre ganhar uma eleição e perdê-la. Para os jornalistas, é uma ótima oportunidade para darem a impressão de entenderem do que se trata. Para os que se preocupam com a destruição do meio-ambiente, é uma causa de desespero. Para o economista que assina o presente artigo, é uma oportunidade para desancar o que é uma contabilidade clamorosamente deformada.
Peguemos o exemplo de uma alternativa contábil, chamada FIB. Trata-se simplesmente um jogo de siglas, Felicidade Interna Bruta. Tem gente que prefere felicidade interna líquida, questão de gosto. O essencial é que inúmeras pessoas no mundo, e técnicos de primeira linha nacional e internacional, estão cansados de ver o comportamento econômico ser calculado sem levar em conta – ou muito parcialmente – os interesses da população e a sustentabilidade ambiental. Como pode-se dizer que a economia vai bem, ainda que o povo vai mal? Então a economia serve para quê?
No Brasil a discussão entrou com força recentemente, em particular a partir do cálculo do IDH (Indicadores de Desenvolvimento Humano), que inclui, além do PIB, a avaliação da expectativa de vida (saúde) e do nível da educação. Mais recentemente, foram lançados dois livros básicos, Reconsiderar a riqueza, de Patrick Viveret, e Os novos indicadores de riqueza de Jean-Gadrey e Jany-Catrice. Há inúmeras outras iniciativas em curso, que envolvem desde o Indicadores de Qualidade do Desenvolvimento do IPEA, até os sistemas integrados de indicadores de qualidade de vida nas cidades na linha do Nossa São Paulo. O movimento FIB é mais uma contribuição para a mudança em curso. O essencial para nós, é o fato que estamos refazendo as nossas contas.
As limitações do PIB aparecem facilmente através de exemplos. Um paradoxo levantado por Viveret, por exemplo, é que quando o navio petroleiro Exxon Valdez naufragou nas costas do Alaska, foi necessário contratar inúmeras empresas para limpar as costas, o que elevou fortemente o PIB da região. Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de atividades econômicas, e não se são úteis ou nocivas. O PIB mede o fluxo dos meios, não o atingimento dos fins. Na metodologia atual, a poluição aparece como sendo ótima para a economia, e o IBAMA vai aparecer como o vilão que a impede de avançar. As pessoas que jogam pneus e fogões velhos no rio Tieté, obrigando o Estado a contratar empresas para o desassoreamento da calha, contribuem para a produtividade do país. Isto é conta?
Mais importante ainda, é o fato do PIB não levar em conta a redução dos estoques de bens naturais do planeta. Quando um país explora o seu petróleo, isto é apresentado como eficiência econômica, pois aumenta o PIB. A expressão “produtores de petróleo” é interessante, pois nunca ninguém conseguiu produzir petróleo: é um estoque de bens naturais, e a sua extração, se der lugar a atividades importantes para a humanidade, é positiva, mas sempre devemos levar em conta que estamos reduzindo o estoque de bens naturais que entregaremos aos nossos filhos. A partir de 2003, por exemplo, não na conta do PIB mas na conta da poupança nacional, o Banco Mundial já não coloca a extração de petróleo como aumento da riqueza de um país, e sim como a sua descapitalização. Isto é elementar, e se uma empresa ou um governo apresentasse a sua contabilidade no fim de ano sem levar em conta a variação de estoques, veria as suas contas rejeitadas. Não levar em conta o consumo de bens não renováveis que estamos dilapidando deforma radicalmente a organização das nossas prioridades. Em termos técnicos, é uma contabilidade grosseiramente errada.
A diferença entre os meios e os fins na contabilidade aprece claramente nas opções de saúde. A Pastoral da Criança, por exemplo, desenvolve um amplo programa de saúde preventiva, atingindo milhões de crianças até 6 anos de idade através de uma rede de cerca de 450 mil voluntárias. São responsáveis, nas regiões onde trabalham, por 50% da redução da mortalidade infantil, e 80% da redução das hospitalizações. Com isto, menos crianças ficam doentes, o que significa que se consome menos medicamentos, que se usa menos serviços hospitalares, e que as famílias vivem mais felizes. Mas o resultado do ponto de vista das contas econômicas é completamente diferente: ao cair o consumo de medicamentos, o uso de ambulâncias, de hospitais e de horas de médicos, reduz-se também o PIB. Mas o objetivo é aumentar o PIB ou melhorar a saúde (e o bem-estar) das famílias?
Todos sabemos que a saúde preventiva é muito mais produtiva, em termos de custo-benefício, do que a saúde curativa-hospitalar. Mas se nos colocarmos do ponto de vista de uma empresa com fins lucrativos, que vive de vender medicamentos ou de cobrar diárias nos hospitais, é natural que prevaleça a visão do aumento do PIB, e do aumento do lucro. É a diferença entre os serviços de saúde e a indústria da doença. Na visão privatista, a falta de doentes significa falta de clientes. Nenhuma empresa dos gigantes chamados internacionalmente de “big pharma” investe seriamente em vacinas, e muito menos em vacinas de doenças de pobres. Ver este ângulo do problema é importante, pois nos faz perceber que a discussão não é inocente, e os que clamam pelo progresso identificado com o aumento do PIB querem, na realidade, maior dispêndio de meios, e não melhores resultados. Pois o PIB não mede resultados, mede o fluxo dos meios.
É igualmente importante levar em consideração que o trabalho das 450 mil voluntárias da Pastoral da Criança não é contabilizado como contribuição para o PIB. Para o senso comum, isto parece uma atividade que não é propriamente econômica, como se fosse um bandaid social. Os gestores da Pastoral, no entanto, já aprenderam a corrigir a contabilidade oficial. Contabilizam a redução do gasto com medicamentos, que se traduz em dinheiro economizado na família, e que é liberado para outros gastos. Nesta contabilidade corrigida, o não-gasto aparece como aumento da renda familiar. As noites bem dormidas quando as crianças estão bem representam qualidade de vida, coisa muitíssimo positiva, e que é afinal o objetivo de todos os nossos esforços. O fato da mãe ou do pai não perderem dias de trabalho pela doença dos filhos também ajuda a economia. O Canadá, centrado na saúde pública e preventiva, gasta 3 mil dólares por pessoa em saúde, e está em primeiro lugar no mundo neste plano. Os Estados Unidos, com saúde curativa e dominantemente privada, gastam 6,5 mil, e estão longe atrás em termos de resultados. Mas ostentam orgulhosamente os 16% do PIB gastos em saúde, para mostrar quanto esforço fazem. Estamos medindo meios, esquecendo os resultados. Neste plano, quanto mais ineficientes os meios, maior o PIB.
Uma outra forma de aumentar o PIB é reduzir o acesso a bens gratuitos. Na Riviera de São Lourenço, perto de Santos, as pessoas não têm mais livre acesso à praia, a não ser através de uma séria de enfrentamentos constrangedores. O condomínio contribui muito para o PIB, pois as pessoas têm de gastar bastante para ter acesso ao que antes acessavam gratuitamente. Quando as praias são gratuitas, não aumentam o PIB. Hoje os painéis publicitários nos “oferecem” as maravilhosas praias e ondas da região, como se as tivessem produzido. A busca de se restringir a mobilidade, o espaço livre de passeio, o lazer gratuito oferecido pela natureza, gera o que hoje chamamos de “economia do pedágio”, de empresas que aumentam o PIB ao restringir o acesso aos bens. Temos uma vida mais pobre, e um PIB maior.
Este ponto é particularmente grave no caso do acesso ao conhecimento. Trata-se de uma área onde há excelentes estudos recentes, como A Era do Acesso, de Jeremy Rifkin; The Future of Ideas, de Lawrence Lessig; O imaterial, de André Gorz, ou ainda Wikinomics, de Don Tapscott. Um grupo de pesquisadores da USP Leste, com Pablo Ortellado e outros professores, estudou o acesso dos estudantes aos livros acadêmicos: o volume de livros exigidos é proibitivo para o bolso dos estudantes (80% de famílias de até 5 salários mínimos), 30% dos títulos recomendados estão esgotados. Na era do conhecimento, as nossas universidades de linha de frente trabalham com xerox de capítulos isolados do conjunto da obra, autênticos ovnis científicos, quando o MIT, principal centro de pesquisas dos Estados Unidos, disponibiliza os cursos na íntegra gratuitamente online, no quadro do OpenCourseWare (OCW) . Hoje, os copyrights incidem sobre as obras até 90 anos após a morte do autor. E se fala naturalmente em “direitos do autor”, quanto se trata na realidade de direitos das editoras, dos intermediários.
É impressionante investirmos por um lado imensos recursos públicos e privados na educação, e por outro lado empresas tentarem restringir o acesso aos textos. O objetivo, é assegurar lucro das editoras, aumentando o PIB, ou termos melhores resultados na formação, facilitando, e incentivando (em vez de cobrar) o aprendizado? Trata-se, aqui também, da economia do pedágio, de impedir a gratuidade que as novas tecnologias permitem (acesso online), a pretexto de proteger a remuneração dos produtores de conhecimento.
Outra deformação deste tipo de conta é a não contabilização do tempo das pessoas. No nosso ensaio Democracia Econômica, inserimos um capítulo “Economia do Tempo”. Está disponível online, e gratuitamente. O essencial, é que o tempo é por excelência o nosso recurso não renovável. Quando uma empresa nos obriga a esperarmos na fila, faz um cálculo: a fila é custo do cliente, não se pode abusar demais. Mas o funcionário é custo da empresa, e portanto vale a pena abusar um pouco. Isto se chama externalização de custos. Imaginemos que o valor do tempo livre da população economicamente ativa seja fixado em 5 reais. Ainda que a produção de automóveis represente um aumento do PIB, as horas perdidas no trânsito pelo encalacramento do trânsito poderiam ser contabilizadas, para os 5 milhões de pessoas que se deslocam diariamente para o trabalho em São Paulo, em 25 milhões de reais, isto calculando modestos 60 minutos por dia. A partir desta conta, passamos a olhar de outra forma a viabilidade econômica da construção de metrô e de outras infraestruturas de transporte coletivo. E são perdas que permitem equilibrar as opções pelo transporte individual: produzir carros realmente aumenta o PIB, mas é uma opção que só é válida enquanto apenas minorias têm acesso ao automóvel. Hoje São Paulo anda em primeira e segunda, gastando com o carro, com a gazolina, com o seguro, com as doenças respiratórias, com o tempo perdido. Os quatro primeiros itens aumentam o PIB. O último, o tempo perdido, não é contabilizado. Aumenta o PIB, reduz-se a mobilidade. Mas o carro afinal era para quê?
Alternativas? Sem dúvida, e estão surgindo rapidamente. Não haverá o simples abandono do PIB, e sim a compreensão de que mede apenas um aspecto, muito limitado, que é o fluxo de uso de meios produtivos. Mede, de certa forma, a velocidade da máquina. Não mede para onde vamos, só nos diz que estamos indo depressa, ou devagar. Não responde aos problemas essenciais que queremos acompanhar: estamos produzindo o quê, com que custos, com que prejuízos (ou vantagens) ambientais, e para quem? Aumentarmos a velocidade sem saber para onde vamos não faz sentido. Contas incompletas são contas erradas.
Como trabalhar as alternativas? Há os livros mencionados acima, o meu preferido é o de Jean Gadrey, foi editado pelo Senac. E pode ser utilizado um estudo meu sobre o tema, intitulado Informação para a Cidadania e o Desenvolvimento Sustentável. Porque não haverá cidadania sem uma informação adequada. O PIB, tão indecentemente exibido na mídia, e nas doutas previsões dos consultores, merece ser colocado no seu papel de ator coadjuvante. O objetivo é vivermos melhor. A economia é apenas um meio. É o nosso avanço para uma vida melhor que deve ser medido.
Agradecimentos ao Mário Poloni que me mandou o texto.
terça-feira, 9 de junho de 2009
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Postei um comentário um pouquinho só de direita e o Google recusou...Fica o registro de que em relação ao debate "medicina preventiva versus medicina curativa", as posições mudam rapidamente quando os debatedores adoecem de coisa grave. Lembranças ao Mario.
ResponderExcluirOlá, sou professor da UFRGS e gostaria de dizer que é verdade que há muito o que se discutir a respeito do crescimento do Brasil. Então faço um convite. Que se conheça este Brasil.
ResponderExcluirPreciso analisar algumas distorções graves no texto de Ladislau Dowbor.
Nem vou falar dos erros (poucos) de digitação, que me causam suspeita de que a fonte seja realmente a Carta Maior. Eu preciso também lamentar com todos: engarrafamentos tem pouquíssima influência no PIB. As filas em bancos e em postos de atendimento causam mais prejuízo do que outra coisa. O princípio da eficiência rege qualquer tipo de sistema. Nenhuma instituição seja pública ou privada tem interesse na ineficiência. Se o há, ocorre em função de má administração, e má administração é prejuízo. Este é um princípio em geral, aceito.
Os problemas de São Paulo, ao contrário do que o suposto economista informa, reduziram a força do PIB paulista. São Paulo perde a cada ano que passa sua participação na economia nacional. Não preciso comentar a enorme força que é São Paulo. O que acontece é que SP vem perdendo espaço em relação a outros estados. Este é o prejuízo real da união de forças entre José Serra e Gilberto Kassab.
“Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de atividades econômicas, e não se são úteis ou nocivas.”
Preciso corrigir alguns equívocos aqui. Primeiro, um economista dizer que conhece a metodologia utilizada para o cálculo do PIB me parece um certo exageiro.
Principalmente, porque de certo modo, o cálculo é tão complexo que mais se aproxima de uma caixa preta. Existem também diferentes critérios entre os diferentes países do mundo. No Brasil, por exemplo, em função de um acordo firmado entre o então presidente Fernando Henrique Cardoso e o FMI, o Brasil ficava impedido de investir em ferrovias, oleodutos, gasodutos, rede elétrica, dragagem de rios, estradas e em saneamento básico. Tudo isso entrava na contabilidade como custo e não como investimento. Por isso o Brasil regrediu. Por isso aumentamos a distância entre os mais ricos e os mais pobres.
O Brasil encontrava-se proibido de crescer em função de acordos internacionais e sujeito a financiar-se com mais dívidas em vez de gerar riquezas próprias para quita-las.
O governo atual pagou aos credores europeus, depois pagou ao Banco Mundial e finalmente, entre 2006 e 2007, pagou ao FMI. Ficava livre assim o Brasil para poder crescer e investir em si próprio.
Porém o Brasil não se limitou a pagar seus credores. O Brasil passava fome e esta doente. A medida paliativa de então foi o programa Bolsa Família, que deu a mulher brasileira uma dignidade nunca antes atingida, mas sonhada por cinco séculos de opressão. Este programa trouxe crianças que tinham sua infância roubada de volta para as escolas, para a esperança. Mas tal programa fez mais, moveu economias locais e deu o primeiro passo para que o Brasil dependesse principalmente de sua economia interna e não da externa. E assim o risco país desceu ladeira abaixo.
Em outra ponta, o Brasil precisava não só de um povo alimentado, e um povo alimentado fica menos doente, precisava de empresas fortes. Como? Se o investimento estava decretadamente proibido pela era FHC?
Investindo nos países sul-americanos e africanos. O governo atual passou a financiar as empresas de construção e de engenharia brasileiras a fazer pontes, estradas, portos, gasodutos e oleodutos em países estrangeiros. O dinheiro nunca saiu do Brasil, ia do BNDES direto para a conta de empreiteiras e empresas de engenharia brasileiras, contratando operários brasileiros e engenharia nacional. Tudo era feito aqui no Brasil e montado na Argentina, na Venezuela, na Colômbia, em Cuba, na África do Sul, em Angola, e em tantos outros países.
Depois que a dívida com o FMI foi quitada, aí sim, pôde vir o PAC. E com o PAC o Brasil cresceu mais ainda.
Mas começo a perder o foco, torno então ao texto do amigo.
continua...
“O PIB mede o fluxo dos meios, não o atingimento dos fins. Na metodologia atual, a poluição aparece como sendo ótima para a economia, e o IBAMA vai aparecer como o vilão que a impede de avançar. As pessoas que jogam pneus e fogões velhos no rio Tieté, obrigando o Estado a contratar empresas para o desassoreamento da calha, contribuem para a produtividade do país. Isto é conta”
ResponderExcluirÉ fácil dizer que a conta é assim. Que se prove que a conta é feita desta forma ou o discurso torna-se vão.
O amigo fala em desmatamento, em IDH, em IPEA, em Ibama, nomes pomposos que impressionam sim, então vamos lá, ponto a ponto.
Até 2002, o Brasil era a quarta pior nação do mundo inteiro em IDH.
O resultado mais recente me parece que é de 2006, pois os dados de 2007 e de 2008 não foram ainda conputados. Então, valendo-se de 2006, o Brasil está dentro das 40 nações mais desenvolvidas do mundo em termos de acesso a saúde, alimentação, moradia, educação e todos os itens que compõe o IDH.
Nos anos 90, a ONU estabeleceu um pacto internacional, chamava-se Metas do Milênio.
Em 2002, uma equipe de observadores internacionais veio ao Brasil e concluíram que o Brasil levaria mais 50 anos para atingir as metas do milênio em desenvolvimento humano se a política social de FHC continuasse.
Em 2005 esta equipe veio aqui novamente, e em apenas 3 anos o Brasil tinha recuperado os 50 anos teoricamente perdidos por FHC.
Fizemos 50 anos em 3. Detalhe, a meta do milênio estava prevista para 2015, e o Brasil foi declarado como cumpridor da meta em 2005.
Desmatamento. Ainda se desmata muito mesmo no Brasil. As informações obtidas por mapeamento de satélite, e trabalhadas por institutos como o IBAMA e o INPE, mostram que em 2008 foi desmatado em todo o Brasil uma área total que chega a quase 600 quilômetros quadrados.
O número impressiona. Mas podemos fazer uma conta? Sabem a área total do Brasil?
Cerca de oito virgula cinco milhões de quilômetros quadrados. Ufa... até cansa!
Se dividirmos a área desmatada pela área do território brasileiro, isso dá cerca de 7 vezes 10 elevado a menos 6 avos.
Ah bom, agora a gente pode ter uma idéia melhor do tamanho do desmatamento no Brasil.
Sem contar que este número de 2008 é 90% menor que o de 2007 e é 86% menor que o de 2006, que é 95% menor que o número de 2005, ou seja, o desmatamento vem sendo controlado e a devastação tem sido vertiginosamente descendente.
A Pastoral da Criança emitiu duas cartas, uma em 2002 e a outra em 2006, apoiando o governo atual, em conjunto com a CNBB – Conferência Nacional do Bispos do Brasil.
40 milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis desde 2003, 900 mil brasileiros deixaram de ser miseráveis desde que iniciou a crise mundial em 2008, nenhum outro país no mundo tem esses números.
Esses dados são do IPEA.
É fácil citar nomes, ser criativo, escrever um bom texto, difícil é ser consistente.
Professor André Furtado
Primeiramente, gostaria de parabenizar pela iniciativa deste blog. Estive ontem no Olímpico onde tomei conhecimento da existencia do blog.
ResponderExcluirSou mestre em Desenvolvimento Econômico e este tema, felizmente, tem ganho cada vez mais destaque, inclusive da grande mídia. O PIB mede a soma dos gastos de uma economia, sem distinguir a natureza deles. É um indicador de riqueza, mas falho e incompleto.
Atualmente existe um esforço muito grande na construção de novos indicadores. Recomento a leitura das obras de Amartya Sen (vencedor do Prêmio Nobel) e de publicações do Banco Mundial (disponíveis na internet).
Quero apenas fazer algumas observações a respeito do comentário anterior:
"Primeiro, um economista dizer que conhece a metodologia utilizada para o cálculo do PIB me parece um certo exageiro." Ora, qualquer estudante que tenha feito uma cadeira de Macroeconomia ou Contabilidade Social tem, no mínimo, noção das metodologias possíveis de se calcular o PIB.
"Até 2002, o Brasil era a quarta pior nação do mundo inteiro em IDH." - Por favor, cite a fonte desta informação absurda, pois o Brasil JAMAIS teve o 4º pior IDH do mundo.
"Detalhe, a meta do milênio estava prevista para 2015, e o Brasil foi declarado como cumpridor da meta em 2005." De acordo com o próprio site do PNUD, ainda não:
http://www.pnud.org.br/odm/index.php
É verdade, é difícil ser consistente, ainda mais sem citar fontes.
Saudações cordiais,
Marcelo Mallet
Olá professor Marcelo Mallet, talvez vc tenha razão.
ResponderExcluirDe fato o Brasil não foi o quarto pior país do mundo em IDH em 2002, o Brasil era o décimo pior país do mundo.
Fonte: Banco Mundial, World Developmente Indicators, 1988, Washington DC, The World Bank, 1988, p. 64 a 70.
Eu realmente sinto muitíssimo pelo meu equívoco, mas sabe, sr. Marcelo, eu sinto ainda mais pelo seu.
Perdoe minha imprecisão, mas posso citar quantas fontes forem necessárias.
Seu argumento é fraco, frágil, mas obrigado pela contribuição.
correção, antes que digam por aí que não sei escrever...
ResponderExcluirFonte: Banco Mundial, World Development Indicators, 1988, Washington DC, The World Bank, 1988, p. 64 a 70.
Saudações cordiais,
professor André Furtado.
certo, equívoco meu novamente, fiz conta errada...
ResponderExcluirNem em quarto e nem em décimo. O material do Banco mundial apresenta o valor em números do índice de Gini.
Na lista do Banco Mundial o brasil então é a segunda pior nação do mundo ao final do primeiro mandato de FHC.
Perdemos somente para Serra Leoa, num grupo de 100 nações analisadas.
O indice marcado em 1998 foi de 0,601
Fonte: Banco Mundial, World Development Indicators, 1988, Washington DC, The World Bank, 1988, p. 64 a 70.
Segundo o IPEA, o indice de gini em 2002 era de 0,545 (quanto mais perto de 1, pior), de forma que em relação a 1998, de fato, houve melhora.
Em 2005 o Brasil subiu sete posições. É a sexagésima terceira melhor nação do mundo, num ranking de 177 países.
Fonte:
http://www.pnud.org.br/gerapdf.php?id01=1445
Em 2006 a lista do ranking passou para 179 países e o Brasil de segundo pior país do mundo (1998) mantem sua posição entre as sessenta melhores nações do mundo.
Hoje, após os avanços sociais do governo Lula já estamos entre as melhores nações do mundo.
Segundo o IPEA, hoje o indice de gini do Brasil é de 0,49, em junho de 2009, em plena maior crise da história, o que ocorre no governo Lula é a diminuição da Pobreza, fenômeno singular em todo o mundo.
Saudações a todos aqueles que lutam por um mundo melhor e que bom, o mundo, pelo menos aqui para o Brasil, está melhorando.
Abraços
prof. André Furtado